sábado, 4 de janeiro de 2014

HISTÓRIAS DE VIDA - MARISA SHIMABUKURO



HISTÓRIAS DE VIDA - MARISA SHIMABUKURO

Matéria para o site da Prefeitura Municipal de São Paulo.

Por Zé Renato Rodrigues


     Marisa Shimabukuro, proprietária da banca 79 do Mercado Municipal Kinjo Yamato, terceira geração desse comércio, fundado com a participação de sua avó.

     A comerciante, Marisa Shimabukuro, proprietária da banca 79 de produtos hortifruti, localizada no Mercado Kinjo Yamato, nasceu na rua da Cantareira, região central de São Paulo. Neta de japoneses, Marisa é casada e tem dois filhos, um rapaz com 20 anos e um menino com 1 ano. 

     Ela pertence à terceira geração de comerciantes dentro do Kinjo.Sua avó materna, dona Alice Gushi, foi uma das pioneiras do mercado, quando foi fundado em 1936. “Eu nem era nascida ainda, mas minha mãe conta que aqui era uma estação de bonde. O trem circulava por estas ruazinhas de paralelepípedos. São histórias lindas de São Paulo antigo”, diz. Com o falecimento de dona Alice, Marisa conta que sua mãe, a Srª Hatsuco Shimabukuro assumiu o comércio e aí chegou sua vez de ingressar no ramo. Ainda menina ela recorda que ia com sua mãe fazer compras no CEASA e enquanto esperava sua mãe negociar, ficava varrendo o assoalho do caminhão para colocar as mercadorias. Conta que sempre trabalhou muito, mas quando ficou adolescente, além de trabalhar, cursava faculdade em Mogi das Cruzes. Vinha de madrugada com sua mãe, trabalhava o dia todo e a noite ia estudar. “Foi um tempo muito desgastante, mas me formei como nutricionista”, relembra, feliz. 
    A srª Hatsuco foi ficando idosa e já não tinha mais condições de trabalhar, foi então que, em 2005, Marisa assume definitivamente o comércio de hortifruti. Quando sua mãe começou no Kinjo, não havia mercados e sacolões nos bairros e por essa razão tinha fregueses das regiões mais longínquas da cidade de São Paulo. Os quitandeiros, donos de lanchonetes, hotéis e restaurantes vinham comprar no atacado. Ela fala que comprava 500 caixas por semana no CEASA e que agora, além de ter diminuído para 200 caixas, às vezes sobra. Porém, ressalta que ainda tem fregueses que compravam com sua mãe, tanto no atacado, quanto no varejo.

     Marisa explica que em tempos passados já perdeu muita mercadoria. Isso ocorria porque quando chovia, o rio Tamanduateí transbordava e o mercado ficava inundado. Não tinha o que fazer, a enxurrada invadia e as caixas de legumes rolavam pela correnteza. Os que permaneciam ficavam molhados e sujos e eram perdidos, também. “Apesar desses prejuízos, posso afirmar que ainda se ganhava mais, porque se vendia mais. Eu faço essa comparação, só que entendo os caminhos do progresso. Atualmente, vendo menos pelo fato de ter mercados e sacolões em todos os bairros, mas entendo, mas entendo que isso facilitou muito a vida das pessoas que vivem distantes do centro de São Paulo”, concorda a comerciante.


   Todos os dias, Marisa inicia o trabalTho a 1 hora da manhã para atender os fregueses do atacado. As 6h começam a chegar os fregueses do varejo e encerra as atividades às 15 horas. As segundas terças e quartas feiras,  ela fecha ao meio dia para ir ao CEASA fazer compras. Conta que trabalha bastante, mas gosta muito do que faz. “Já trabalhei como nutricionista por oito anos em empresa, mas eu gosto mesmo é de trabalhar por conta. Gosto de servir ao próximo e aqui tenho essa oportunidade, pois passam muitas entidades recolhendo alimentos para preparar sopão para serem oferecidos aos moradores de rua, aos orfanatos e outras instituições”, ela diz.

     Seu esposo é adestrador de cães, não tem nada a ver com o comércio, mas gosta muito de plantas. “Estamos fazendo planos para comprarmos um pedacinho de terra nas imediações de São Paulo, onde no futuro possamos plantar e colher, assim diminuiremos as despesas com o CEASA, além de poder oferecer um produto sem  agrotóxicos aos meus fregueses que tanto preso”, conclui Marisa.

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