PINACOTECA
Por Zé Renato Rodrigues
A
Pinacoteca do Estado de São Paulo, localizada no Jardim da Luz, centro de São
Paulo, que ocupa o edifício do antigo Departamento de Ordem Política e Social
(DOPS), é o museu de arte mais antigo de São Paulo. Fundado em 1905, sendo que
sua regulamentação como museu público estadual foi a partir de 1911. O museu
foi um projeto dos arquitetos Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi para ser a
sede do Liceu de Artes e Ofícios. Na década de 1990, após uma reforma do
prédio, pelo renomado arquiteto e urbanista brasileiro, Paulo Archias Mendes da
Rocha, o prédio do (DOPS) passa ser então a Pinacoteca do Estado de São Paulo;
reconhecido como um dos mais importantes museus de arte do Brasil.
Esse espaço cultural, que denominamos "Pinacoteca do Estado de São Paulo" tem como objetivo central
proporcionar ao público leitor à formação e a informação do sistema das artes
visuais no Brasil; que inicia no período colonial e vai até meados dos anos
1930. Como ponto de partida explicativa dessa jornada artística no Brasil, o
acervo apresenta a chegada das artes francesa e a criação da Academia Imperial
de Belas Artes. Essas obras que compõem o acervo do museu seguem dois rumos
temáticos, essenciais para entender o desenvolvimento das práticas da arte no
país. O primeiro mostra a formação imaginária visual sobre o Brasil, formado
por um conjunto de imagens que marcaram a história. O segundo, foi com a vinda
da arte francesa ao Brasil, se integra o sistema de como inserir:
Composta por cerca de 500 obras entre pinturas,
desenhos, esculturas, gravuras e fotografias de autoria de artistas que
fundamentam a história da arte no Brasil, daquele momento; descortinando o
cenário das criatividades artísticas dos séculos XIX e XX, período do
modernismo, apresentando a Coleção Nemirovsky na qual destaca artistas
brasileiros como, Debret, Taunay, Facchinetti, Almeida Junior,
Eliseu Visconti, Pedro Alexandrino, Candido Portinari, Lasar Segall, destacando
também artistas estrangeiros atuantes no Brasil, seja pela inspiração
significativa do país, mas que contribuíram para o nosso histórico das artes.
Vai além da contribuição para a história da arte no Brasil, e sim, um exercício
museológico social e educativo, que podemos denominar o rico acervo cultural
que abriga a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
As salas de exposições foram totalmente readequadas,
inserindo troca de piso e enquadramento de aberturas das portas, iluminação e
segurança, para maior conforto aos visitantes. Nesse percurso expositivo que se
estende por 11 salas, encontram-se outras quatro, nas quais abrigam exposições
temporárias que exibem artistas, movimentos, períodos históricos contemporâneos
que se relacionam à exposição de longa duração. No acervo também apontam
algumas propostas educacionais com outras alternativas, por exemplo, oferecendo
possibilidades de leitura e interpretação das obras expostas. As obras de arte
de artista modernos e contemporâneos, expostas em paredes de cor acinzentada,
trazendo ao acervo do museu, relações com o Núcleo de Ação Educativa
estabelecendo relações com obras que se encontram nas salas. Numa sala
disponibiliza material bibliográfico que documenta a historia da Pinacoteca de
São Paulo e fundamentando a historicidade da arte no Brasil. Em outro momento
da trajetória, a sala de interpretação possibilita explorar o perfil do
indivíduo e a memória do lugar, das visitações ao museu e a exposição e outros
elementos interativos que permitem registrar a presença de impressões no
contexto da mostra. A narrativa no interior das salas de exposições, nos
corredores o conjunto de vitrines que pontuam e comentam nas mais variadas
peças notáveis do acervo. Há neste mesmo espaço a Galeria Tátil de Estruturas
Brasileiras, as quais possuem 12 obras que foram selecionadas para que
visitantes com deficiência visual também possam apreciar de forma
democrática. Ao tocá-las recebem informação através de etiquetas que permitem
duas leituras (Tinta e Braile), além de áudio-guia. Foi por meio de orientação
do público com deficiências visuais, o qual frequentou durante os últimos cinco
anos, que a seleção das obras foram realizadas. Levando em consideração,
textura, forma, dimensão e variedade estética, para facilitar a compreensão e
apreciação das obras ao serem tocadas.
Somente foi
possível concretizar esta iniciativa graças ao apoio dos Acervos Artísticos dos
Palácios do Governo do Estado de São Paulo, da Coleção de Arte da Cidade, da
Fundação Crespi Prado de Arte da Cidade, da Secretaria Municipal de Cultura e
do Centro Cultural São Paulo, que transferiram obras de seus acervos para
construir os roteiros proponentes à curadoria da Pinacoteca.
Foram utilizadas diversas fontes de recursos do Governo do
Estado de São Paulo que viabilizaram a integridade da realização deste projeto:
O Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos – (FID), da Secretaria da
Justiça, da Defesa da Cidadania e verbas destinadas pela Secretaria de Estado
da Cultura.
A Pinacoteca do
Estado de São Paulo é mais do que uma contribuição para a história da arte no
Brasil, é um conjunto social de alta preciosidade museológica, com práticas
educativas responsável pela exposição de Arte no Brasil. A história da
pinacoteca é assumir um compromisso com cada cidadão brasileiro ter seu direito
de acessar efetivamente seu patrimônio cultural preservado.
Percurso
expositivo:
Sala 1 – A tradição colonial
Tão estreitamente
ligada à temática religiosa, as obras contrapõem a tradição artística do Brasil
colonial à imaginação européia com relação ao país. A breve ocupação holandesa
no nordeste daria origem às primeiras pinturas que procuram reproduzir o
ambiente natural do país segundo as tradições da pintura de paisagem
européia.
Sala 2 – Os artistas viajantes
Reuni nesta sala
uma seleção de pinturas de paisagem executadas por artistas estrangeiros entre
1820 e 1890, aproximadamente. São esses artistas, genericamente chamados
“viajantes”, os responsáveis por introduzir no ambiente artístico brasileiro
gêneros já consagrados da arte européia, como a paisagem e a natureza-morta.
Sala 3 – A criação
da Academia
Os artistas:
Jean-Baptiste Debret, Nicolas Taunay e Zéphéryn Ferrez, denominados artistas da
Missão Francesa de 1816, sinalizam a criação da academia de belas artes no Rio
de Janeiro e a instauração, portanto, de um novo sistema artístico, baseado no
modelo Francês. Esta academia forma gerações de artistas, representados por
Agostinho José da Motta e Pedro Américo, entre outros, responsáveis pela
difusão da regra acadêmica, que estabelece novos padrões de gosto ao ambiente
artístico no Brasil.
Sala 4 – A Academia no fim do século
As obras de Rodolfo e Henrique Bernardelli , assim como de outros
professores e alunos da Academia no período entre 1890 e 1915, como Zeferino da
Costa, Belmiro de Almeida e Pedro Weingärtner.
Sala 5 – O ensino acadêmico
Na sala 5 encontra-se uma reflexão a respeito do sistema de ensino nas
academias de belas artes, abordando alguns de seus aspectos principais: o
exercício do desenho; os estudos do corpo humano; as cópias de pinturas dos
grandes mestres e a viagem à Europa como prêmio da principal competição
proposta pela instituição.
Sala 6 – Os gêneros de pintura
A sala mostra brasileiros dos quatro gêneros propostos pelo ensino
acadêmico - natureza-morta , paisagem, retrato e pintura histórica - indicando
o alcance e a longevidade do modelo francês difundido pelas academias do mundo.
João Baptista da Costa | Quaresmas, c.1910
Sala 7 – Realismo Burguês
A Academia é a base
de um sistema artístico que pressupõe o mecenato. É inevitável que a produção
acadêmica reflita, portanto, valores importantes para certas classes sociais.
No final do século XIX, as obras de Almeida Junior, Eliseu Visconti e Oscar
Pereira da Silva, entre outros, reunidas nesta sala revelam a consolidação de
um gosto tipicamente burguês no Brasil.
Almeida Júnior | Leitura, 1892
Sala 8 e 9 – Das coleções para o museu
Estas salas reúnem obras oriundas de alguns dos grandes lotes de doação
que vieram a constituir o acervo da Pinacoteca do Estado, como o da Família
Azevedo Marques (1949), Família Silveira Cintra (1956), Alfredo Mesquita
(1976/1994), entre outros.
Sala 10 – Um imaginário paulista
A sala propõe uma reflexão sobre a imagem que São Paulo busca projetar
sobre si a partir do final do século XIX. As telas em que Almeida Junior
propõe a tipificação do
caipira paulista são contrapostas a imagens da transformação da
paisagem urbana de São Paulo.
Sala 11 – O nacional na arte
Reunindo obras de diferentes períodos, a sala destaca uma questão que
perpassa todo o século XIX brasileiro, permanecendo como indagação ainda para
artistas e intelectuais do modernismo paulista: a criação de um ideário
nacional nas artes.
INGRESSOS
Pinacoteca do
Estado de São Paulo
Praça da Luz, 02 - Luz - Tel. 11 3324-1000
Estação Luz do
Metrô
Terça a domingo das 10h às 17h30 com permanência até as 18h
Às quintas até as 22h. Entrada franca das 17h às 22h
Ingresso combinado (Pinacoteca e Estação Pinacoteca): R$ 6,00 e R$
3,00
Grátis aos sábados.
Estudantes com carteirinha pagam meia entrada.
Crianças com até 10 anos e idosos maiores de 60 anos não pagam.
Obs: Pode
fotografar, porém, não usar flesh para não danificar as obras.